Dizem muito sobre os falsos profetas, enquanto os próprios dormem em aposentos suntuosos, ao abrigo do frio, e da fome, usufruindo de todos os luxos que o dinheiro proporciona, fingem não saber quantos milhares vivem na miséria, dividindo o mesmo templo de oração. Esquecem que todos são iguais na balança divina; e que somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos são da mesma essência, todos os corpos foram feitos da mesma massa, vossos títulos e vossos nomes e dinheiro em nada os diferenciam dos demais; ficarão no túmulo; não são os tesouros que darão a felicidade prometida aos eleitos, a honestidade e a consciência moral esses são os verdadeiros títulos de nobreza na Terra e no Céu, são os tesouros que as traças não corroem, dito pelo Cristo.
Será preciso que o Cristo volte novamente a Terra para relembrar aos homens as tuas leis? Parece que esqueceram!... Deverá ele expulsar novamente os comerciantes, que maculam sua casa, ambiente esse que deveria ser de orações e não de conquista e acumulo de riqueza? É quem sabe? E se ELE nos concedesse essa graça, será que não será renegado novamente, como aconteceu no passado? Será que não o acusará de blasfemo, por vir abater o orgulho e a ganância dos fariseus modernos? Não o faria seguir de novo o caminho do calvário da atualidade?
Quando Moisés subiu ao Monte Sinai, para receber os mandamentos da Lei de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus, homens e mulheres entregaram seu ouro, para a fabricação de um ídolo para adorarem. Civilizados!... Estão fazendo o mesmo que eles. O Cristo vos deixou a sua doutrina, vos deu o exemplo de todas as virtudes morais, e abandonaram os preceitos cristãos. Cada um, carregando as suas paixões, fabricou um deus de acordo com a sua vontade, para uns terrível e sanguinário; para outros, indiferente e esquecido das dores humana e distante dos verdadeiros valores espirituais, voltado somente para aquisição de bens materiais. O deus que adoram é ainda o bezerro de ouro, que cada qual apropria aos seus gostos, idéias e necessidades.
Vemos hoje a calamidade causada pela alienação que amontoaram nas mentes humanas, enfraquecidas pela dor e a necessidade humana. Esses fanáticos gananciosos desprezaram a santa e divina moral, e lançam a taça da iniqüidade e da irresponsabilidade a transbordar por todo canto do mundo. Esqueceram que o amor e a misericórdia de Deus independem de dinheiro ou do luxo, Deus quer saber é do que vai na alma, e no coração de cada criatura, sua intenções e vontade. Deus é Pai em qualquer lugar ou posição social que estejam seus filhos, desde que viva dentro de uma conduta moral digna de testemunhar sua Filiação Divina. Não existe felicidade, sem mútua benevolência, e só existe uma solução, é a única e infalível: tomar a lei da boa conduta moral por regra invariável de convivência, essa lei que muitos rejeitam ou falseiam na sua interpretação.
Bem diferente seria, entretanto se essa contravenção religiosa: enriquecer a custa da fé e da dor alheia fosse caçada e condenada pela opinião pública, como várias outras existentes no nosso país. Mas a omissão é indulgente para tudo quanto interessa os líderes do poder, séculos de hipocrisia e dinheiro sobrepõe-se ao amor e a fé em Deus, a moral e razão humana. Cada qual só deseja está superior ao seu próximo, com isso o mundo sofre as consequências dessa alienação fanática e doentia, dificultando a compreensão, por uma parcela muito grande da população, gerando tensões, inseguranças, estresses, temores, rivalidades e competições, desleais entre indivíduos, instituições e países. Esses fatores, associados ao medo indiscriminado, a insegurança generalizada, leva ao desespero existencial; que sem uma sólida estrutura moral e sem um conceito de ética formado, leva-os a uma fé cega que coloca essas pessoas nas mãos de indivíduos sem escrúpulos e organizações contraventoras, que abusam dos de boa fé em nome da obra de Deus.
"O cristão sério crê. Ele crê porque compreende, e só pode compreender recorrendo ao raciocínio"
Quantas pessoas estudam, formam-se, simplesmente com ensinamentos alheios, e nunca procuraram entender o porquê de tal fato? É a fé que têm naqueles que sabem. É a confiança naqueles que já acreditaram naqueles que lhes ensinaram o aprendizado para a vida. E é a crença de que as pessoas de bem não vão passar iniquidade aos seus prepostos, ou alunos, ou seguidores, sobre qualquer coisa que crie descrença nos seus ensinamentos. A fé se consolida melhor quando os seus seguidores, alunos, ou qualquer outro tipo de seguidor, possa pensar um pouquinho mais, e de dentro de si tenha condições de autocrítica, fortificando a verdade, e aumentando a sua confiança naquilo que já se crê, não materialisticamente, porém, dentro da lógica, da coerência e seqüêncialidade de raciocínio.
Angela Silva
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